Relações frágeis, amigo!

Bauman, filósofo e sociólogo polonês, consolida bem o que a gente tem vivido nas redes sociais-vida real: as relações são frágeis, escorrem por entre os dedos (sociedade líquida, parceiro). Não digo isso me referindo somente a relacionamentos amorosos, mas de amizades, familiares, entre outros. E vivências como essa todos passam. Foi o que me ocorreu.

Essa história é antiga. Ele era agrônomo, bi, um cara intenso. Conheci em um aplicativo que acho que não preciso dizer o nome, em uma cidade que eu estava a trabalho. Nos encontramos, tomamos um chope, falamos de futebol, mulheres...e sobre a vida. Saímos dali do bar, demos umas voltas de carro. Ele pediu pra parar, falou: cara, não posso deixar você ir embora sem te beijar. E esse beijo aconteceu.

E foi uma coisa doida, uma sensação que até hoje não sei explicar. Sintonia total. Por uns 5 dias conversamos intensamente, seja pessoalmente ou por mensagens. As coisas rolaram mais de uma vez. E foi massa demais. Mas eu precisei vir embora. Ele falava de ir me visitar na minha cidade, apesar de longe, falava de querer me conhecer mais. Mas.... nada disso aconteceu.

Da última vez que nos vimos, logo ele me bloqueou nas redes, não respondia mais as mensagens. E sumiu. Eu não queria um relacionamento, claro que não. Mas também poderia ter ficado uma amizade, pô. Poderia. A real é que não sei o que aconteceu, não mesmo. Desisti também de tentar entender.

E em breve volto a trabalho naquela cidade dele. Não vou o procurar, as coisas tem que ser como são. A gente é descartável como um “removido” do Instagram, um “unfollow”, um desfazimento de amizade do Facebook, um bloqueio no Whatsapp. Relações frágeis. Relações líquidas.


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