Postagens

Ela não sai da cabeça

Acho que todo mano já passou por isso. Conhece aquela gata e o encaixe é perfeito. O beijo, o sexo, a conversa. E aí, de repente, sente falta do cheiro dela, do toque, da pele, daquele sorriso. Mas não é possível que fiquem juntos. E a solução é esquecer ela. Mas como? É meus amigos, eu não tenho resposta para isso. O que posso dizer é que o tempo é um amigo aliado. No começo não é fácil mesmo, mas ir se desfazendo de tudo que pode lembrar ela é essencial. Das redes sociais, se desligar, por exemplo. Mas as lembranças, elas vão vir todos os dias. E depois, estarão cada vez mais longe. Serão apenas recordações de um passado distante. Dê tempo ao tempo.

Às vezes transo com minha ex e tá tudo certo

Chuta o balde, pega o balde. Essa história rola com um amigo (juro). Ele às vezes se encontra com a ex-namorada apenas pra sexo; acha bacana a maturidade da situação. Não envolve sentimento, apenas um interesse em comum dos dois, depois cada um volta pra sua rotina. Sem neura, sem briga, sem discussão. Quando estão afim de novo, um manda mensagem pro outro. Acho que com essa história podemos pensar em maturidade sexual. Às vezes o único interesse das partes é transar (no caso homem e mulher, porque entre homens o papo é reto), mas existe toda uma convenção social. O cara precisa flertar, levar pra sair, pagar (um ato de cavalheirismo, claro), e a mulher geralmente faz jogo duro porque não pode passar a imagem de que é fácil. Mas os dois querem apenas sexo. Acredito que é possível romper essas questões sociais, mas é preciso estar aberto e aberta a isso. Lembro de uma amiga que me falou ter conhecido um cara numa balada, conversaram e ele foi direto: “somos adultos, bem resolvidos,

Amizade e pegação entre homens

Essa história não é recente e aconteceu comigo. Conheci um cara, agrônomo, gente boa pra caralho, em uma das viagens a trabalho. Foi em um evento de atividade em comum pra gente, conversamos sobre as temáticas, saímos pra beber e depois rolou uma pegação massa. Todo esse processo foi natural e um foi percebendo a vontade no outro, e construindo confiança. Bom, acabamos virando amigos, trocamos contato e falávamos quase todos os dias, via mensagem. E não era nada sobre o que rolou. Era sobre o trabalho, mulheres,   coisas do dia a dia mesmo. Foi sendo construída uma amizade massa. Então, toda vez que ia à cidade dele, era meu parça. A gente saía, pegava mulher, e com o tempo acabava rolando uma pegação entre a gente. E isso era bacana porque era sem compromisso mesmo, um sarro ali pra gozar de boa. Ainda falamos, mas não rola mais. Nem tocamos nesse assunto. Ficou uma amizade massa. Então, é possível ficar de boa com um cara que tenha acontecido algo, ter uma relação legal de brot

A idade chega e a frustração também

É, vocês já devem ter passado pela crise dos 30. Senão, ainda vão. Eu volto a esse assunto porque conheci dois novos parças que passam por essa situação, e me contaram o quanto estão frustrados. Um é doutor em Biologia, o outro, não fez faculdade, mas está fazendo um curso técnico em Radiologia. O biólogo tem 30 anos, fez graduação, mestrado, doutorado, e viajou o mundo apenas com bolsas de estudos, apresentando trabalhos, mas esse  dinheiro era contado. Mas quando tudo acabou, se viu sem um tostão. Ele chegou no topo acadêmico, mas teve que voltar pra casa dos pais, no interior. Sem mercado pra formação dele, virou corretor de imóveis. Sonha em passar em um concurso público. O outro tem 37 anos, começou três graduações e não terminou nenhuma. Agora, faz o curso técnico e está quase encerrando. Ele diz que acordou tarde pros estudos. Têm muitos irmãos, mas apenas ele não casou e mora com a mãe idosa, de quem cuida. Ele não reclama, mas vive frustrado porque não era a vida que queria. C

A crise dos 30

A sociedade diz pra gente: antes do 30 você deve ter uma faculdade, ao menos uma pós-graduação, uma vida financeira estável, carro, casa própria, uma família com filhos. Mas e quem não atende todas essas expectativas? Como que lida com isso? Já li depoimentos de caras, sobre o tema, frustrados com a vida que levam. Aos 30 anos, com faculdade, mas sem condições de se manter sozinho ainda. Aí estão em um emprego que paga mal, moram com os pais e o dinheiro é contado pro mês. Eles não queriam estar nessa situação. Sentem até vergonha. Aí então se comparam com colegas, principalmente dos da mesma geração, que ao ver deles, estão muito bem. E aí eles se perguntam onde foi que erraram. Pra mim, o primeiro aspecto para lidar com tudo isso é não se comparar. Mano, você precisa entender que cada pessoa tem uma realidade, percorreu vários caminhos para chegar onde está, em um tempo que é totalmente diferente do seu. Nem todo mundo passa pelas mesmas dificuldades. Além disso, outros podem t

Bissexualidade invalidada. De novo.

“Seis” tão ligado que a bissexualidade ainda não é compreendida (quero acreditar nisso) pela maioria das pessoas. A tendência é que elas vejam um bi como uma lésbica ou um gay mal resolvido; ou ainda, que apenas usam esse termo para suavizar a orientação sexual e ser mais aceito ou aceita na sociedade. Fato é que em uma roda de conversa ontem, com amigos homens e mulheres héteros, um deles começou falar de um cara conhecido na cidade, que todos sabem que fica com homens. Mas o curioso,   disse a pessoa no papo, é o boato de que esse rapaz anda pegando mulher também. Todos riram. “Como assim, com aquela cara de viado vai ficar com mulher?”, disse um amigo. “Duvido também, não acredito que ‘funciona’ com os dois”, afirmou outra colega. Sou discreto com a minha sexualidade, não saio falando, e esses amigos do meu circulo cotidiano não sabem da minha orientação. Até porque não preciso expor também. O negócio é que mais uma vez presenciei a bissexualidade sendo invalidada. E é meio foda

Você vale o que você tem

Aprendi cedo, ainda quando criança, que nós somos o que temos de dinheiro e bens materiais. Isso é o que determina como somos vistos, como vamos ser tratados e inclusive nosso círculo de amizade. Pelo menos dois fatos me marcaram naquele tempo para que eu começasse entender que é assim que o mundo funciona. Quando eu tinha 10 anos, estava na quarta série do Ensino Fundamental. Tinha um amigo que fazíamos praticamente tudo juntos na escola, éramos bem próximos. O que mais a gente gostava era brincar com uns carrinhos de plásticos meus, estilo da hotweels hoje, deslizando eles pelas paredes, como uma corrida na horizontal. Fazíamos isso quase todos os dias. Até que um dia outro colega da turma trouxe carrinhos de metal, mas apenas dois. O então meu amigo começou a brincar com ele e se afastou de mim. Outro acontecimento foi quando eu cursava o quinto ano, tinha uns 11 anos idade. Perto da escola tinha uma quitanda de doces. Todo mundo ia lá comprar antes da aula. Um dia chamei um col